Guia de OXALÁ
A guia de Oxalá não é apenas um adorno, mas um símbolo carregado de axé, que conecta o fiel ao Orixá maior. Vamos explorar as características e o simbolismo dessa guia sagrada na Umbanda e no Candomblé aqui no Mocho Roxo.
O Fio da Paz e da Criação
A guia de Oxalá é um dos elementos mais emblemáticos e de suma importância tanto na Umbanda quanto no Candomblé. Ela representa a paz, a sabedoria, a pureza, a criação e a ancestralidade. Oxalá, em ambas as religiões, é o Orixá primordial, o pai de todos os Orixás (com exceção de Logunedé, em algumas linhas), o criador da humanidade e o portador do Axé da existência.
Características Visuais e Materiais: A Pureza do Branco
A principal característica da guia de Oxalá é a sua cor branca. Essa cor simboliza a paz, a pureza, a luz, a serenidade, o silêncio e a criação.
* Contas: Geralmente, a guia de Oxalá é confeccionada com contas brancas leitosas ou transparentes. Podem ser de miçangas de vidro, porcelana ou cristal, materiais que transmitem a energia de Oxalá de forma clara e pura. A escolha do material é importante, pois as guias são consideradas “para-raios” energéticos e condensadores de axé.
* Fio: O fio que une as contas pode ser de nylon ou cordonê, garantindo durabilidade e flexibilidade.
* Firma: Muitas guias possuem uma firma, uma conta maior ou um objeto (como uma cruz, no caso da Umbanda, ou um objeto que remete a Oxalá, como um opaxorô miniaturizado, no Candomblé) que “fecha” a guia e a consagra. Essa firma é crucial para a ativação energética da guia.
* Detalhes Adicionais: Em algumas variações, especialmente na Umbanda, a guia pode apresentar pequenos detalhes como contas de cristal ou madeira branca, mas a predominância do branco é inegociável.
Simbolismo e Uso na Umbanda e no Candomblé: Proteção e Conexão
Embora compartilhem a essência de Oxalá, as duas religiões podem ter nuances no uso e na interpretação da guia:
Na Umbanda: O Escudo de Paz e o Alicerce Espiritual
Na Umbanda, a guia de Oxalá é frequentemente a primeira guia a ser usada por um médium iniciante ou um filho de fé. Ela representa:
* Proteção Fundamental: É um escudo de proteção contra energias negativas, atuando como um “para-raios” energético. As guias absorvem e transmutam cargas densas, impedindo que atinjam o médium.
* Conexão com a Linha de Oxalá: Simboliza a ligação com a linha de trabalho de Oxalá, que engloba entidades de elevada vibração, como Caboclos de Oxalá e Pretos Velhos.
* Paz e Equilíbrio: Ajuda a alinhar a vibração do indivíduo com as energias de paz, harmonia e equilíbrio de Oxalá, promovendo a clareza mental e a serenidade.
* Amuleto e Ferramenta: É um amuleto de identificação com o Orixá e uma ferramenta de auxílio em tratamentos espirituais e na conduta moral do médium.
* Ritual de Iniciação: Muitas vezes, a guia de Oxalá é entregue após o ritual de Amaci (lavagem de cabeça), marcando um passo importante na jornada espiritual do indivíduo.
No Candomblé: O Fio da Ancestralidade e da Criação
No Candomblé, a guia de Oxalá (ou fio de contas) também é predominantemente branca e tem um papel central:
* Filiação Mítica: Ela identifica a filiação do indivíduo a Oxalá, o orixá que rege a cabeça (ori) e o destino. É uma identificação sagrada com a nação e o Orixá.
* Axé e Proteção: Carrega o axé de Oxalá, servindo como proteção e elo constante com a divindade.
* Consagração: A guia precisa ser consagrada por um sacerdote (Pai ou Mãe de Santo) em rituais específicos, que podem envolver lavagem com ervas sagradas (amaci) e outros fundamentos, para que adquira seu valor ritualístico e energético, e não apenas decorativo.
* Símbolo de Pureza: O branco é a cor da pureza e da paz, qualidades intrínsecas a Oxalá e que se manifestam através da guia.
Um Convite à Serenidade
Se o Mocho Roxo oferece uma guia de Oxalá, ela não é apenas um colar bonito; é um objeto que carrega em si a força e a benevolência do Pai maior. Ao adquiri-la, a pessoa leva consigo um pedaço dessa energia ancestral, que pode auxiliar em:
* Proteção Diária: Como um campo vibracional que repele energias densas.
* Manutenção da Paz Interior: Incentivando a calma e o discernimento em momentos de desafio.
* Conexão Espiritual: Fortalecendo a ligação com a espiritualidade e com os princípios de Oxalá.
* Lembrança Constante: De que a paz e a sabedoria são caminhos a serem trilhados.
É fundamental lembrar que, em ambas as religiões, o uso da guia implica em respeito e zelo. Ela é uma ferramenta sagrada que deve ser tratada com reverência, e sua eficácia está ligada à fé e à conduta do seu portador.
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